Texto por Colaborador: Redação 03/05/2025 - 04:00

Em depoimento emocionante ao The Players' Tribune, o goleiro brasileiro Alisson Becker compartilhou um dos momentos mais difíceis de sua vida: a perda repentina de seu pai em 2021, durante a pandemia de COVID-19.

Atualmente brilhando como campeão inglês pelo Liverpool, o ex-goleiro da Roma revelou detalhes do drama familiar que enfrentou a milhares de quilômetros de casa.

"Quando recebi a ligação sobre a morte do meu pai, eu estava a um oceano de distância. Estava em Liverpool, no meio da temporada 2020-2021. Foi completamente inesperado, um choque total. Minha mãe me ligou dizendo que houve um acidente, que meu pai tinha se afogado no lago perto da nossa casa", relatou Alisson.

O goleiro, que deixou a Roma em 2018 após duas temporadas no clube italiano, enfrentou obstáculos ainda maiores por conta das restrições da pandemia. A situação impediu que ele pudesse se despedir pessoalmente do pai.

"Foi ainda mais difícil porque tudo aconteceu durante a pandemia e viajar para casa era praticamente impossível. Minha esposa estava grávida do nosso terceiro filho e o COVID tinha se intensificado no Brasil. O médico dela deixou claro que viajar seria arriscado, então ela precisou ficar em Liverpool com nossas crianças", explicou.

As restrições de viagem tornaram a situação ainda mais complicada. "Naquela época, para sair do país e voltar, você precisava fazer 14 dias de quarentena em um hotel ao retornar. Pensar em voltar do funeral do meu pai e ficar sozinho em um quarto de hotel por duas semanas era difícil, mas pior ainda era imaginar minha esposa sozinha. Ela estava no auge da gravidez e qualquer coisa poderia acontecer."

O goleiro descreveu o momento de comunicar sua decisão à família como "a ligação mais difícil da minha vida". "Foi um sofrimento enorme também para ela. Ela amava muito meu pai, tanto que brincávamos que ele gostava mais dela do que de mim. Tive que ligar para minha mãe e meu irmão para explicar a situação. Choramos muito, mas no final entendi que meu pai gostaria que eu ficasse com meus filhos e minha esposa para protegê-los, por mais difícil que fosse. Era isso que ele queria, e essa era a melhor forma de honrar sua memória."

A tecnologia permitiu que o gaúcho ex-Internacional acompanhasse o funeral remotamente. "Assistimos ao funeral pelo FaceTime através do celular do meu irmão. Pude rezar e chorar com minha mãe, além de me despedir do meu pai ao lado do caixão dele. Naquele momento, por mais estranho que pareça, você esquece que está vendo tudo por uma tela. Todas as suas memórias e seu amor superam a distância, e você fala com seu pai na eternidade. Não tinha mais nada para dizer a ele. A única coisa que podia dizer era 'obrigado'. Não só por ser meu pai, mas por ser meu amigo."

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