Texto por Colaborador: Redação 23/11/2025 - 03:00

Bruno Conti, figura emblemática na história da Roma e atual coordenador das categorias de base do clube, concedeu uma entrevista ao programa Dribbling, da Rai 2, na qual compartilhou histórias pessoais e analisou os principais temas do futebol contemporâneo, com destaque para a disputa pelo Scudetto.

Em relação à atual disputa pelo título, Conti manteve o mistério, mas expressou sua admiração por algumas equipes em ascensão. "No campeonato atual, os times que praticam o tipo de futebol que eu gosto são o Como e o Bologna," afirmou. Sobre os favoritos, a lenda giallorossa comentou: "Para o Scudetto, é claro que Inter e Napoli têm elencos fortes, mas não acho que possa haver surpresas..."

Houve também uma mensagem carinhosa para Daniele De Rossi, que acaba de começar sua aventura no Genoa: "Gosto muito dele; considero-o um grande profissional. Espero que ele consiga sair dessa situação difícil no Genoa o mais rápido possível."

### Relação com Lendas e Crise da Seleção

Conti revelou uma história de bastidores sobre seu profundo vínculo com Diego Armando Maradona, chamando-o de "fenômeno" com quem desenvolveu uma amizade especial: "Diego Maradona era um fenômeno. Desenvolvemos uma amizade especial. Ele sempre sussurrava no meu ouvido: 'Venha para Nápoles'. Através do futebol, falávamos a mesma língua."

Pelo contrário, com o campeão mundial Marco Tardelli, o início foi difícil, graças à rivalidade entre Roma e Juventus naqueles anos: "No começo eu não gostava dele, de vez em quando tínhamos algumas discussões relacionadas à incapacidade da Roma de ganhar o Scudetto, o que eu não entendia." Apesar das escaramuças iniciais, Conti descobriu mais tarde o verdadeiro valor do homem: "Então, conforme fui conhecendo-o, percebi que ele era um homem de verdade, uma pessoa franca e sincera."

O sentimento de amizade não faltou nem mesmo no clássico. Conti relembrou como nasceu um laço de grande respeito com o ex-jogador da Lazio, Bruno Giordano, graças a uma partida de futebol de cinco organizada por seu primo, na qual Agostino Di Bartolomei também participou: "Com Giordano, nasceu imediatamente uma relação de grande respeito. Mesmo sendo jogadores da Lazio, ele e Vincenzo D'Amico, com quem eu jogava quando criança antes de ser contratado por nossos respectivos clubes, eram verdadeiros amigos para mim."

Em relação à situação da seleção nacional, que precisa se preparar para a crucial semifinal dos playoffs contra a Irlanda, Conti expressou otimismo: "Estou otimista em relação à seleção. Não tenho dúvidas de que Gattuso, após as últimas partidas, terá a oportunidade de avaliar bem a situação e saberá como se preparar para o jogo contra a Irlanda, uma equipe fisicamente forte." Seu otimismo está ligado ao tempo disponível e à vantagem de jogar a semifinal em casa.

Referindo-se à seleção nacional, Conti identificou as causas da crise de talentos da Série A na gestão das categorias de base: "As causas do que aconteceu devem ser encontradas em nossa liga, com muitos jogadores estrangeiros." O ex-campeão mundial enfatizou a falta de desenvolvimento de jovens talentos e a relutância dos treinadores em desenvolver jogadores jovens, ao contrário de países como Espanha e Alemanha. "Precisamos começar a trabalhar novamente com o que temos em casa. Não tenho nada contra jogadores estrangeiros, mas eles devem ser a exceção, não a regra," concluiu Conti, lembrando que, quando jovem, foi reprovado em três testes por falta de preparo físico, mas nunca desistiu.

Por fim, uma lembrança especial: “Um dia estávamos no hotel antes do jogo contra o Brasil e o Causio veio me chamar para me mostrar algo pela janela… Uma faixa que dizia: 'Para o mundo você é Bruno Conti, para Nettuno você é MaraZico'”.

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