Texto por Colaborador: Redação 07/11/2025 - 03:00

O presidente honorário do Conselho de Estado e advogado responsável pela assessoria jurídica à coordenação dos comitês que se opõem ao novo estádio da Roma em Pietralata, Sergio Santoro, deu entrevistas à Rádio Roma Sound para esclarecer diversos aspectos relacionados às condições que impossibilitariam a execução do projeto. Confira trechos de suas declarações:

As considerações de Santoro sobre o projeto
"Nós pedimos que fosse verificada e de qualquer forma provada documentalmente a existência de uma área boscosa, porque obviamente por uma norma europeia os bosques não podem ser derrubados. As árvores têm um valor extremamente relevante na saúde dos cidadãos porque absorvem o CO2, liberam o oxigênio e estão na tutela do clima. Não é que nos opomos ao estádio da Roma, eu sou laziale, porém me esqueço disso considerando que um estádio deve ser realizado."

Quais seriam as soluções alternativas?
"A recuperação do existente. Há um estádio Flaminio que atualmente está abandonado, em ruínas, nas mãos às vezes de imigrantes que vão dormir lá abusivamente etc. Eis, recuperar o Flaminio é fundamental com todos os espaços ao redor, resistindo às oposições que fazem os condomínios vizinhos. Depois é necessário refazer o estádio Olímpico que se adapta pouco ao futebol. É preciso seguir um pouco o modelo milanês que vê arquibancadas semi verticais que favorecem ao máximo a visão do espetáculo futebolístico, coisa que no Olímpico infelizmente é negada."

Permanecendo em Pietralata, quais os próximos passos considerando a constatação da área boscosa?
"Aguardar a pronuncia dos juízes sobre a relevância dessa área boscosa e sobre o projeto: é impeditiva ou não para a realização daquele projeto? A área é boscosa, resultou dos documentos como tal. Se é impeditiva é preciso encontrar uma solução alternativa, derrubar as árvores é a última das opções que me proponho. O clima muda por esse motivo porque se derrubam as árvores, como na Amazônia e também no Lácio. E onde há florestas e vegetações intactas, as precipitações são normais, são aceitáveis, não são aquelas que rompem os diques."

Nota do Comitê: 'Sim ao parque. Sim ao hospital. Não ao Estádio'
Ecoando as palavras de Santoro, o Comitê 'Sim ao parque sim ao hospital não ao Estádio' divulgou uma extensa publicação de denúncia nas redes sociais, solicitando às instituições o bloqueio do processo para a construção da instalação:

"Cinquenta e oito cortes autorizados sem nenhuma verificação, depois de meses a verdade vem à tona. Este é o método da Prefeitura e do Departamento de Meio Ambiente! Ficamos sabendo após acessos aos documentos que o Departamento de Meio Ambiente entre abril e junho de 2025 havia autorizado o abate de 58 árvores nas áreas que, posteriormente, foram reconhecidas como boscosas (38.400 m²) após a perícia agronômica do doutor Uniformi solicitada pela própria Prefeitura. Procedeu-se então à autorização sem ter as competências e sem aguardar as verificações, efetuadas somente 4 meses depois."

"Como foi possível então pará-los? Unicamente graças à batalha legal autofinanciada pelos habitantes e pelas pessoas ativas no comitê, às nossas campanhas de sensibilização e às mobilizações que mantiveram sempre viva a atenção sobre o tema. Os recursos ao Tar obrigaram a própria Prefeitura a encomendar uma perícia para definir se na área existia efetivamente um bosque. Como podemos confiar na atuação da Administração Pública se a mesma não age segundo o regulamento, mas primeiro autoriza e depois (talvez) verifica? Como é justificada essa autorização, como o corte de milhares de árvores nas ruas e nos parques da cidade, enquanto Gualtieri e Alfonsi fazem anúncios estrondosos sobre um milhão de árvores plantadas? Basta de greenwashing, as instituições devem agir no interesse público, não no dos Friedkin: continuaremos a vigiar e a nos mobilizar!"

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