Texto por Colaborador: Redação 07/05/2025 - 04:00

Fora do restante da temporada, Paulo Dybala quebrou o silêncio sobre sua situação física e abriu o jogo sobre o futuro. Em entrevista ao jornalista argentino Gastón Edul, o camisa 21 da Roma falou sobre a lesão e sua adaptação ao clube.

— No início foi difícil. Perceber que ficaria muito tempo fora, perdendo jogos importantes pela Roma e pela seleção, foi complicado. Agora estou mais tranquilo — afirmou.

Sobre a chegada à Roma, em 2022, Dybala revelou ter se surpreendido com a recepção:
— Vim da Juventus e não esperava conquistar a torcida da Roma tão rápido. Isso me impressionou muito. Eles são parecidos com os argentinos: apaixonados, calorosos. Até com a Oriana, minha esposa, mostram carinho pelas ruas.

Questionado sobre um possível retorno à Argentina, o atacante deixou a porta aberta:
— Nunca joguei na primeira divisão argentina, então é algo que penso. Paredes vive me pressionando para ir com ele pro Boca. Não sei se vai acontecer, mas sim, é uma possibilidade.

Ele ainda elogiou o jovem Matías Soulé, que marcou no clássico:
— Gol incrível. No aquecimento, vi que ele sempre chutava no primeiro poste. Sugeri tentar o segundo. Claro, o mérito é todo dele. Fez uma grande partida, e isso não é fácil em um clube como a Roma. Ele tem muita qualidade.

Dybala também falou sobre o técnico Claudio Ranieri:
— Sempre digo que ele é mais psicólogo do que treinador.

 

Além de falar sobre sua lesão e futuro, Dybala concedeu entrevista à Sports Illustrated, na qual detalhou sua trajetória na Copa do Mundo de 2022 e os bastidores de sua chegada à Roma.

Sobre a final com a Argentina no Catar, o atacante revelou a pressão que sentiu ao entrar em campo com uma missão específica:
— O Scaloni me colocou só para bater o pênalti. A pressão era enorme: ou você vira herói ou vilão. Se eu errasse, seria lembrado como o cara que jogou dois minutos e perdeu o pênalti.

Sua preparação para o torneio começou muito antes da estreia:
— Tive uma lesão na coxa e restavam cinco jogos até a Copa. Montei uma equipe com meus médicos e cuidamos de tudo: alimentação, fisioterapia, equipamentos. Dormia com uma máquina e usava quatro diferentes todos os dias.

Mesmo com toda a dedicação, só soube que estaria entre os convocados poucos dias antes do início do Mundial:
— Estávamos nos Emirados Árabes, e o técnico avisou que três jogadores seriam cortados. Quando ele veio na minha direção, achei que era um deles. Mas ele disse: “Fique tranquilo, você está dentro”. Senti o peso de todo o esforço sendo recompensado. E nós estávamos convencidos de que seríamos campeões.

Dybala também falou sobre a vitória contra o México:
— Foi um dos momentos-chave. O gol do Leo e depois o do Enzo nos deram confiança. Já sabíamos que venceríamos a Polônia. O futebol é louco. Em 2018, minha estreia foi contra a Croácia e perdíamos por 2 a 0. Dessa vez, estávamos dominando, e aproveitei muito.

Ao falar sobre a Juventus, onde viveu uma longa trajetória, Dybala foi direto:
— A Juve é um estilo de vida. Lá, empatar é como perder, e isso te faz crescer. Ouvíamos líderes como Buffon, Chiellini e Bonucci. Às vezes, antes do jogo, dava pra sentir no túnel que os adversários já entravam pensando em perder.

O momento da saída da Juventus foi conturbado. E foi aí que surgiu Mourinho.
— Estava em casa, em Turim, pensando em parar tudo por um tempo. Então, meu agente disse que Mourinho queria falar comigo. Ele é único, ganhou tudo. Na primeira conversa, ele não forçou nada, mas na segunda, pediu uma resposta. Falei com minha família e minha esposa. Depois mandei mensagem: “Nos vemos em breve”. E fechamos.

Na reunião com Tiago Pinto, veio a proposta de usar a camisa 10, imortalizada por Totti.
— Fiquei honrado, mas achei que não era o momento. Tinha acabado de chegar e, por respeito, escolhi o número 21.

Sobre a apresentação oficial, Dybala não escondeu a emoção:
— Minhas pernas tremeram. Jogo para 60 mil pessoas, mas ali todos estavam só por mim. Foi lindo, inesquecível. Vi que teria que dar o dobro de mim.

O atacante também comentou a dolorosa derrota na final da Liga Europa, em Budapeste:
— Doeu muito. O grupo merecia. A forma como foi… Machuca. Mas, como disse Matic, o futebol é assim: às vezes se ganha, outras se perde.

Dybala ainda confirmou que recebeu proposta da Arábia Saudita, mas optou por seguir em Roma:
— Não vou mentir, os números fazem pensar. Mas estou feliz aqui. Minha esposa também está, e minha mãe foi a que mais insistiu para eu não sair. O carinho da torcida, do clube e das pessoas na rua… isso pesa muito. Coloquei tudo na balança e decidi ficar.

Por fim, relembrou a cobrança de pênalti na final da Copa e o conselho de Dibu Martínez:
— Sempre bati pênaltis. Estava totalmente focado. Quando Coman errou, lembrei do que o Dibu disse ao Enzo contra a Holanda: se ele defender, o próximo bate no meio, porque o goleiro vai pular. E foi o que fiz. Quando o Paredes marcou, sabíamos que éramos campeões. Abracei o Leo e disse o quanto estava feliz por ele. No começo da minha carreira, eu via todos os jogos do Barça. Todos queriam ser como ele. Ele deu tudo pela Argentina.

 

Categorias

Ver todas categorias

Você aprova a escolha de Gasperini para comandar a Roma?

Sim

Votar

Não

Votar

118 pessoas já votaram